PPGENFS se destaca no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Evento possibilitou ampliar a visibilidade da pesquisa produzida na FEN UFG
O Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da UFG (PPGENFS) teve participação expressiva no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2025), realizado em Brasília (DF), entre 28 de novembro e 3 de dezembro. Com o tema “Democracia, equidade e justiça climática: a saúde e o enfrentamento dos desafios do século XXI”, o evento reuniu mais de 12 mil pessoas e se consolidou como um dos principais espaços de produção e circulação de conhecimento sobre saúde coletiva na América Latina.
A coordenadora do PPGENFS, Profa. Dra. Valéria Pagotto, destacou que a presença no Abrascão reforça o papel da pós-graduação na formação de pesquisadores críticos e socialmente comprometidos. Segundo ela, congressos desse porte ampliam a visibilidade das investigações conduzidas no programa, fortalecem o diálogo com redes nacionais de especialistas e contribuem para o desenvolvimento científico dos discentes. Para a docente, participar do Abrascão significa também reafirmar a missão da pós-graduação em enfrentar temas centrais para o SUS, como financiamento público, desigualdades sociais, emergências sanitárias e a crescente influência do setor privado.
A produção científica do PPGENFS esteve presente em diversas modalidades. A Profa. Dra. Cynthia Assis de Barros Nunes apresentou o estudo “Estratégia para o cuidado integral de pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde: um relato de experiência”, construído com o grupo de pesquisa da FEN-UFG. Para a docente, a experiência foi enriquecedora e permitiu aprofundar discussões com pesquisadores de diferentes regiões, além de dar maior visibilidade às ações desenvolvidas na universidade.
A participação docente também se ampliou com a apresentação da Profa. Dra. Nayara Figueiredo Vieira, que levou ao congresso o trabalho “Monitoramento das Recidivas em Hanseníase no Brasil: Implicações para a Saúde Pública (2014 a 2023)”. O estudo, voltado para a análise das recorrências da doença no país ao longo de quase uma década, contribuiu para debates essenciais sobre vigilância epidemiológica e reforçou a importância de pesquisas que dialogam diretamente com os desafios persistentes da saúde pública brasileira.
Experiência discente
A participação discente também se destacou pela diversidade de temas e metodologias apresentadas. A doutoranda Winny Éveny Moura descreveu sua vivência no congresso como intensa e transformadora, especialmente por ocorrer simultaneamente à etapa final de sua tese. Ela relatou que debates sobre vacinação e confiança pública, conduzidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), contribuíram diretamente para o amadurecimento de seus artigos e ampliaram sua compreensão sobre a urgência de enfrentar desigualdades estruturais na saúde. Para Winny, ouvir profissionais que atuam na ponta do sistema e pesquisadores que analisam criticamente o SUS renovou seu compromisso com uma produção científica ancorada na realidade social.
Outros estudantes do PPGENFS também estiveram presentes como ouvintes e apresentando trabalhos em formato pôster e oral. Entre eles, Ana Cláudia Pereira discutiu as desigualdades no acesso ao cuidado vivenciadas por pessoas ciganas no Centro-Oeste, por meio da pesquisa “Se chegar um caseiro e um cigano, o caseiro ganha as coisas”, que aborda estigmas, barreiras estruturais e experiências de discriminação. Ana Caroline apresentou o estudo “Temos que falar de violência contra mulheres quilombolas: relato de experiência em comunidades Kalunga de Goiás”, destacando desafios específicos enfrentados por esses territórios. A discente Karinne Soares também participou do evento, contribuindo para ampliar a presença do programa nos debates sobre saúde coletiva.
Docentes da Faculdade de Enfermagem acompanharam as atividades e reforçaram a integração entre graduação e pós-graduação no evento. A professora Bárbara Souza Rocha destacou que o Abrascão evidencia, de forma contundente, que a saúde é um ato político e que esse entendimento precisa atravessar a formação em enfermagem. Para ela, discutir democracia, equidade e justiça climática é indispensável para compreender o SUS como um sistema contra-hegemônico, sustentado por lutas sociais e por disputas que moldam as políticas públicas.
O Abrascão 2025, marcado por debates intensos, apresentações científicas, articulação de redes e trocas de experiências, reforçou a relevância da saúde coletiva diante dos desafios do século XXI. A participação do PPGENFS fortalece o protagonismo da FEN UFG no cenário nacional, amplia o alcance das pesquisas desenvolvidas no programa e contribui para formar profissionais capazes de atuar criticamente em um sistema de saúde que demanda respostas complexas e socialmente comprometidas.



